Tem coisa mais antiga do que inhame?
Ele está presente na alimentação do brasileiro há séculos e a sabedoria popular apregoa a ele vários benefícios como, por exemplo, ser um excelente depurativo do sangue.
Mas duas Farmacêuticas Pesquisadoras da Faculdade de Farmácia e do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dra. Maria das Graças Lins Brandão e Dra. Juliana Quadros Mollica chegaram, sem querer, a conclusões importantes sobre ele, quando o foco da pesquisa era a sua ação contra a alergia alimentar.
Elas descobriram, por exemplo, que ele age como um excelente repositor hormonal para mulheres na menopausa. “Constatamos o uso e utilidade dessa planta na reposição hormonal, bem como a confusão que existe entre as espécies de inhame (Dioscorea) e cará (Colocasia)”, revelam.
Segundo Dra. Juliana, desde que o estudo “Women’s Health Initiative” mostrou que a terapia de reposição hormonal tradicional, “que combina estrógeno e progesterona, aumentava o risco de doença coronariana, infarto, embolismo pulmonar e câncer de mama, vem aumentando o número de mulheres na pós-menopausa que buscam uma terapia alternativa para amenizar os efeitos indesejáveis das condições associadas com o declínio dos estrógenos, que causa fogachos, desordens do sono, dor nas articulações, instabilidade de humor, cefaleias e pode levar ao risco do aparecimento de doenças como osteoporose, hipertensão e depressão”.
E as Farmacêuticas se depararam, cientificamente, com um resultado que já era conhecido há séculos pelos chineses, tailandeses e taiwaneses para tratamento de desordens da menstruação e sintomas da pós-menopausa. O inhame “é ótima fonte de diosgenina, substância que tem a estrutura similar aos estrógenos humanos e que é utilizada como matéria-prima para fabricação de pílulas anticoncepcionais. E o melhor, é que é uma alternativa popular”, ressalta Dra. Graça.
No entanto, ressalta a pesquisadora, “a estrutura da diosgenina é diferente dos estrógenos, e o nosso corpo não pode transformá-la em estrógenos. Mesmo assim, dados científicos demonstram que a ingestão do inhame pode levar à melhoria dos sintomas da pós-menopausa”.
Estudos realizados com animais mostraram que a ingestão do inhame causa diminuição da perda óssea associada à menopausa. Estudos realizados em humanos demonstram a diminuição dos triglicérides plasmáticos, aumento do HDL-C (colesterol bom) e atividade antioxidante. Em outro estudo com humanos, a substituição de dois terços das refeições diárias por inhame, durante 30 dias, demonstrou um aumento dos níveis de estrógenos, que leva a diminuição dos sintomas relacionados à pós-menopausa e a melhora dos níveis de colesterol.
O inhame da espécie Dioscorea, dizem elas, possui, além de carboidratos, vitaminas A e C, aminoácidos essenciais, tiamina, riboflavina e niacina. Ele também contém saponinas e sapogeninas, que têm estrutura química muito semelhante à dos nossos hormônios sexuais. “Acredita-se que essas substâncias, por terem estrutura química semelhante à dos hormônios, sejam responsáveis pelo efeito benéfico na reposição hormonal”, pontua Graça.
Apesar de a pesquisa ainda não ser conclusiva, as Farmacêuticas acreditam que a ingestão do inhame, três vezes por semana, produz resultados satisfatórios. Ele deve ser cozido.
Receita
Da vovó. Descasque o inhame e corte-o em rodelas. Afogue em um pouco de azeite, tempero de alho, pimentão vermelho, cebola e cozinhe até que ele fique macio. Use um pouco de colorau para dar uma cor.
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Mariah Martelli